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Artigo adicionado em 18/11/2004, às 09:34

A MENTIRA DA CRÍTICA IMPARCIAL
Ou: “Sim, o Tutu Figurinhas está vivo!” Solte o grito preso na garganta e comemore porque, depois de meses de muita espera, a coluna menos atualizada d’A ARCA ganha um texto novinho em folha. Andei ouvindo umas histórias, nas últimas semanas, que davam conta da minha abdução. Outros dizem por aí que fui enterrado vivo […]

Por
Tutu Figurinhas


Solte o grito preso na garganta e comemore porque, depois de meses de muita espera, a coluna menos atualizada d’A ARCA ganha um texto novinho em folha. Andei ouvindo umas histórias, nas últimas semanas, que davam conta da minha abdução. Outros dizem por aí que fui enterrado vivo como A Noiva de Kill Bill 2. E havia ainda uma terceira teoria que dizia que eu tinha virado líder revolucionário num pequeno país europeu. Ah, quem dera fosse algo assim tão “super-heroístico” (existe isso?). Na verdade, andei tanto tempo sumido deste espaço porque agora engrosso a fila dos desempregados deste país.

Não, o pessoal do jornal onde eu trabalhava não descobriu que ando escrevendo por aí com um alter-ego misterioso. O que rolou foi um impiedoso facão corporativo que me fez recolher todas as coisinhas da minha mesa, enfiar numa caixa de papelão e ter que dar ‘tchau’ para a minha linda Ritinha, a garota da copa por quem eu andava meio apaixonado. Tive que mudar de apartamento, encontrar um lugar para deixar o meu são-bernardo (que agora apavora a vida do meu velho pai) e recomeçar a minha vida.

Agora que as coisas estão mais ou menos no lugar e eu parei de tomar meus anti-depressivos preferidos, posso usar meu computador recém-adquirido com a grana que sobrou da demissão para colocar em dia o hábito de ser um colunista filho-da-puta. Tava com saudades disso, aliás. Como é bom ter uma identidade secreta para poder falar mal de todo mundo e não ser queimado em praça pública.

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De volta à ativa, não poderia deixar de soltar minhas farpas novamente contra os meus coleguinhas favoritos: os críticos. Especialmente de cinema, mas podem ser também aqueles colunistas metidos a sabichões de um ou outro site por aí que acham que entendem tudo de televisão, quadrinhos, teatro, RPG ou o que quer que diabos estes sujeitos resolvam falar.

A pergunta que não quer calar é: por que todos os senhores críticos resolveram agora pregar aos quatro ventos esta tal de imparcialidade? Será que alguém ainda acredita nisso? Será que os leitores ainda caem nesta baboseira?

Vamos, de novo, tentar abrir os seus olhos: esta história de “ah, estou sendo imparcial na crítica de tal filme” é pura balela, conversa para boi dormir de uma época em que o jornalismo se achava acima dos pobres mortais, perfeito e sem possibilidade de falha. Como qualquer pessoa comum, um jornalista tem suas próprias opiniões, sua própria formação, seus anseios e desejos. É um ser humano. É impossível que se peça ao sujeito para escrever um texto dizendo o que ele achou disso ou daquilo sem que ele coloque um tantinho de sua opinião. Ou um tantão. Tanto faz.

E, cá entre nós, é para isso que serve uma “crítica”: para que você ouça a opinião de alguém sobre determinado assunto. É efetivamente um texto opinativo, coloque a sua alma nele e se abra para o público que está lendo. Fico irritado quando vejo grandes nomes do jornalismo exigindo de si mesmos e dos outros colegas de profissão uma conduta mais “contida”. “Não seja tão fã, meu caro”, brincou um destes cretinos durante uma exibição para a imprensa enquanto entrávamos numa acalorada discussão acerca dos filmes baseados em heróis de quadrinhos. Mas…como eu não posso ser “tão fã” se eu sou assim? Se isso é parte de mim? Se é um elemento verdadeiro da minha personalidade que gosto de acrescentar nos meus trabalhos? Eu estaria mentindo para o público e para mim mesmo.

O El Cid, por exemplo, é uma das poucas pessoas que conheço que não gosta de Cidade de Deus. Se ele fosse um destes críticos “imparciais”, só diria: “A fotografia da obra de Fernando Meirelles é maravilhosa, a direção de arte está impecável…”. E acabou. Porque isso ele admite que o filme tem de bom. Mas aí vem a opinião, a deliciosa parcialidade que abençoadamente corrói todos os textos d’A ARCA. E ele diz: “Na minha opinião, é um filme brasileiro feito para americano ver”. Concorda? Discorda? Então opine também!

É por isso que, aqui n’A ARCA, você sempre vai ver nossas opiniões expressas aqui e ali, seja numa reportagem, numa crítica ou numa mísera notinha de três linhas. Somos parciais mesmo, assumidamente. Gostamos de meter o bedelho. E adoramos ver vocês metendo o bedelho também.

E quem não gostou, que mude de canal.

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Ah, sim: será que, em algum momento, alguém da Columbia vai se dignar a descer do trono e explicar para os fãs de quadrinhos (que encheram o rabo deles de dinheiro com Homem-Aranha 2) porque diabos o filme d´O Justiceiro não vai ser lançado nos cinemas brasileiros? Não estou discutindo se o filme é ruim ou não. Mas faça-me o favor, que falta de respeito sem tamanho…

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PS: Bem, nunca é tarde para dar as boas vindas aos dois mais novos membros da redação A ARCA: Srta.Ni e Zarko. Como eu só fui apresentado aos dois recentemente, então fica aqui registrado o meu abraço.

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Coluna escrita ao som de Mindy, Body & Soul, o novo disco de Joss Stone. Como canta, esta desgraçada!


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