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Artigo adicionado em 26/10/2005, às 03:06

Crítica: OS REIS DE DOGTOWN
Não é preciso manjar de skate para curtir essa história :: Trailer: Alta | Média | Baixa :: Site oficial em português :: Site oficial em inglês Meu modo “preconceito” foi ligado automaticamente quando notei que sobraria para eu assistir a Os Reis de Dogtown. Filme sobre skatistas da década de 70? Afe, o que […]

Por
Paulo "Fanboy" Martini


:: Trailer: Alta | Média | Baixa
:: Site oficial em português
:: Site oficial em inglês

Meu modo “preconceito” foi ligado automaticamente quando notei que sobraria para eu assistir a Os Reis de Dogtown. Filme sobre skatistas da década de 70? Afe, o que eu sei sobre skates, além do fato de eu ter tentado andar sobre eles um dia e falhado miseravelmente? Mesmo com um tantinho de receio, lá fui eu.

E ainda bem que eu fui: o filme é espetacular. Contando com uma leva de novos e promissores atores, sem falar na experiência de alguns veteranos, Catherine Hardwicke (de Aos Treze) consegue atiçar a curiosidade em saber onde a história dos Z-Boys, um bando de moleques que levaram a paixão pelo skate às últimas consequências, irá acabar.

Estamos na década de 1970. O surf é a alma da maioria dos jovens na Califórnia. No bairro de Dogtwon, em Santa Mônica, Skip Engblom (Heath Ledger, de Os Irmãos Grimm) é o cultuado dono de uma loja de surf. Todos querem surfar como ele, todos querem fazer parte de seu grupo. Quando as ondas de Venice Beach não estavam boas para o surf, Skip e seus camaradas pegavam seus skates e saíam arrepiando pelas ruas de Dogtown. É nesse meio que três adolescentes começam a se destacar: Stacy Peralta (John Robinson, de Elefante), Tony Alva (Victor Rasuk) e Jay Adams (Emile Hirsch, o sortudo de Um Sonho de Vizinha).

Os campeonatos de skate começavam a pipocar com força nos EUA, e Skip não perde tempo em montar sua equipe, incluindo Peralta, Alva, Adams e outros adolescentes locais. Mas nenhum deles se equiparavam ao trio, que começavam a ganhar campeonato atrás de campeonato com um estilo nunca visto antes, que ficou conhecido como “freestyle”. Com as vitórias, o skate começa a deixar de ser um hobby para se tornar um negócio, e a amizade entre eles começa a sofrer grandes baixas…

Um roteiro enxuto, escrito pelo próprio Stacy Peralta, entrega aquela clássica fórmula da “amizade versus sucesso”. Mas como disse o Dr. Emmet Brown, na trilogia De Volta para o Futuro: “a história tende a se repetir”. Não adianta, casos assim aconteceram, acontecem e sempre acontecerão. Sem criar mitos ou ser pretensiosa, Hardwicke cria uma história muito cativante.

Um dos trunfos do filme é a interpretação magistral de Heath Ledger. Skip é uma pessoa que não quer saber de regras, de ordens, e está sempre desafiando tudo e a todos. Como toda ascensão, sempre há a queda, e Ledger consegue criar um personagem maluco, vivo. Sem dúvida, a melhor interpretação dele que vi até hoje. Até mesmo a pequena participação de Rebecca De Mornay como a mãe de Jay mostra que a atriz continua ótima… e acabada (rapaz, como a mulher está envelhecida!).

Falando nos coadjuvantes, vale citar também a competente atuação de Michael Angarano (o Will Stronghold de Super Escola de Heróis) como Sid, um dos amigos dos skatistas. Há também a participação especial de Johnny Knoxville (de Os Gatões: Uma Nova Balada) como o empresário de Tony Alva, mas essa eu nem considero, pois Knoxville é, para mim, o único ponto baixo do filme. Sei lá, ele simplesmente não combina, de tão exagerado que é seu personagem.

Dito tudo isso, não posso encerrar essa crítica sem falar do trio principal. Todos ali imprimem uma naturalidade a seus papéis que é impressionante, mas destaco a atuação de Emile Hirsch, principalmente se você comparar à sua atuação em “Um Show de Vizinha”. Se no filme anterior Hirsch vivia um garoto bacana e gente boa, vá preparado para se irritar com a marra de Jay Adams. Impressionante.

Traduzindo: o filme está cheio de referências para os amantes do skate, mas mesmo se você não entender patavinas no esporte, vá sossegado, e veja como o skate se tornou uma máquina de ganhar dinheiro ao redor do mundo, e os responsáveis pela popularidade.

:: CURIOSIDADES

David Fincher, o famoso diretor de O Clube da Luta, e outros produtores do filme contrataram inicialmente Fred Durst, o vocalista da banda Limp Bizkit, para dirigir o filme. Quando Durst deixou o projeto, o próprio Fincher decidiu tomar as rédeas da direção, e o projeto caminhou bastante: cenários foram construídos, pré-visualizações foram feitas e até o roteirista Roger Avary foi contratado para reescrever o roteiro. Algum tempo depois, Fincher também deixou a cadeira da direção, abrindo espaço para a designer de produção Catherine Hardwicke, que estava em alta depois do seu primeiro filme, Aos Treze.

– Tudo pela arte: enquanto filmava uma sequência em uma piscina vazia, a diretora caiu e ficou desmaiada por dois minutos. Algumas pessoas da produção acharam que ela havia morrido. Quando voltou a si, os skatistas disseram: “agora você sabe como é. Bem-vinda ao clube”.

– Os verdadeiros Jay Adams e Stacy Peralta também aparecem no filme: Adams aparece na festa da mãe de Jay, e Peralta é o diretor do episódio d’As Panteras, que surge durante a montagem dos garotos começando a ser famosos.

– O próprio Skip Engblom quis que Heath Ledger o interpretasse no filme.

– Eu já tive um skate preto. E não faço idéia o que raios aconteceu com ele.

Os Reis de Dogtwon (Título original: Lords of Dogtown) / Ano: 2005 / Produção: EUA – Alemanha / Direção: Catherine Hardwicke / Roteiro: Stacy Peralta / Elenco: Johm Robinson, Emile Hirsch, Victor Rasuk, Heath Ledger, Rebecca de Mornay, Michael Angarano, Johnny Knoxville, America Ferrera / Duração: 107 minutos.


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