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Artigo adicionado em 11/11/2005, às 04:18

Crítica: O GALINHO CHICKEN LITTLE
Mas qual foi mesmo a pergunta? :: Trailer: Alta | Média | Baixa :: Trailer Japonês: Alta | Baixa :: Os 4 Minutos Inicias do Filme:Alta | Média | Baixa Bom, quem acompanha A ARCA sabe de cor e salteado o mega fã que sou da Disney. E também sabem o quanto fiquei decepcionado com […]

Por
Paulo "Fanboy" Martini


:: Trailer: Alta | Média | Baixa
:: Trailer Japonês: Alta | Baixa
:: Os 4 Minutos Inicias do Filme:Alta | Média | Baixa

Bom, quem acompanha A ARCA sabe de cor e salteado o mega fã que sou da Disney. E também sabem o quanto fiquei decepcionado com os três últimos longas da empresa. Planeta do Tesouro foi, por assim dizer, um estopim que desencadeou para a mídia que os problemas internos da empresa do finado tio Walt não eram apenas probleminhas de alguns filmes (como a tétrica produção do bacana A Nova Onda do Imperador. A partir daí, foi impossível tapar o sol com a peneira: Irmão Urso seguiu mostrando o quanto os animadores da Casa do Mickey ainda eram os mestres no assunto, coisa que já não se podia dizer dos roteiristas e contadores de histórias.

E dá-lhe porradaria interna, com investidores questionando a capacidade criativa da empresa, com ataques declarados de Roy E. Disney, sobrinho de Walt e o único da família que continou o legado criativo de Disney na megacorporação, defendendo a unhas e dentes os antigos métodos de produção de um animado. Roy até foi a público sentar a piaba na capacidade de Michael Eisner, o então presidente da empresa, de continuar a tomar as decisões certas (algo que, com certeza, será tema de uma matéria futura. Coisa para contar é o que não falta…). Mas nada adiantou, e veio a faca: Nem Que a Vaca Tussa seria o último longa animado de maneira “tradicional”, isto é, desenhado à mão. Depois disso, só animações 3D, bem ao estilo dos animados da Pixar.

Tá, tá… mas o que raios o novo longa da Disney, O Galinho Chicken Little, entra nessa pataquada toda? Eu explico.

Com toda essa história de fechar os estúdios de animação, despedir uma porrada de profissionais e criar um senhor alvoroço, o primeiro longa animado totalmente em 3D desenvolvido pela Disney (sim, crianças, Dinossauro não conta. Eu explico no final…) veio para deixar para todos os investidores, profissionais, fãs e para o público em geral que a Casa do Mickey ainda tinha cartucho na pistola, que os anos e anos de experiência mostrariam que a mudança para esse “novo formato” de animação seria apenas mais um caminho a se trilhar e, quem sabe, o melhor deles. Para resumir, o que eles quiseram dizer é que – e isso às vezes me dói – era possível fazer tão bem quanto ou ainda melhor – incluindo faturar tanto quanto ou ainda mais – que a Pixar, por mais “aluno que consegue sobrepujar o professor” isso possa parecer.

:: O RESULTADO

Começaram muito bem. Mesmo. Ainda assim Steve Jobs poderá dormir sossegado à noite.

“O Galinho Chicken Little” é uma história deliciosa sobre uma velha premissa: do fracote que quer mostrar que é muito mais do que parece. Nada de novo, reconheço. Mas antes uma história antiga muito bem contada do que algo novo, mas sem sentido algum. Cinema é isso, é contar histórias. Qualquer história. Claro que ver algo novo é sempre bom, mas não em detrimento do storytelling, da maneira em que ela é contada. E posso garantir que o novo filme do diretor Mark Dindall (o diretor que conseguiu salvar “A Nova Onda do Imperador” de uma morte horrível) e do produtor Randy Fullmer (também de “A Nova Onda…”) é muito divertido. Como eu não via em um filme Disney desde… bem, desde “A Nova Onda”.

Tudo começa quando o galinho traz o caos à pequena cidade de Oakey Oaks, a gritar aos quatro cantos que o céu está caindo. Gritaria, correria, destruição… mas parece que Chicken Little ficou meio birutinha depois que uma noz caiu em sua cabeça. Esse episódio marca para sempre a vida do galinho e seu pai, Pedro Galo. Pedro mal consegue esconder a vergonha pelo qual passou com seu filho, e desde então faz de tudo para que as pessoas esqueçam do evento. Mas não adianta: Chicken Little virou uma piada nacional.

Mas parece que, um ano depois, as coisas finalmente vão se acertando: Chicken começa a jogar baseball, e mesmo com a senhora torcida contra, consegue vencer um campeonato juvenil para a cidade. Ah, a paz. Bom, pelo menos até outro pedaço do céu cair na cabeça do galinho. E contar mais seria, bem… spoilers. ^_^

O roteiro é simples, com gags rápidas, bem ao estilo de “A Nova Onda”, mas com uma trama muito bem amarradinha. Tudo ali será explicado, podem ter certeza. E realmente me cativou na simplicidade, em achar uma história bem ao padrão Disney do “politicamente correto”, mas com criatividade. As piadas são muito boas, e notei, durante a exibição, que muitas não tinham efeitos nos adultos da sala. E não falo de piadas “inteligentes, cabeças” ou “para adultos”, mas gags visuais mesmo, coisas bobas, mas muito divertidas. A maioria dos personagens do filme está lá justamente para isso, são simples “piadas ambulantes”, aparecem apenas com o propósito de criar uma coisinha engraçada. E conseguem. Muitos críticos norte-americanos comentaram sobre as muitas referências à cultura pop, assim como Shrek fez, e garanto: são uns exagerados. As referências existem, sim, mas são muito menos que as do “Shrek”. E mais engraçadas.

Na área técnica e artística, a Disney manteve a tradição: os animadores simplesmente dão um show de talento na atuação dos personagens. Os movimentos de cada um, as feições, as atuações… simplesmente de cair o queixo. Os cenários estão um tantinho simples, mas combinam com a história e cumprem o trabalho. John Debney cria uma trilha interessante… mas quando chegam as duas canções temas (All I Know e A Little Slip, sei lá, quebram um pouco o ritmo do filme, além de serem bem chatinhas. Mas não se preocupe, elas vão embora rapidinho. ^_^

Mas nem tudo são flores, e o problema continua justamente no roteiro. Não na idéia, muito bacana por sinal, mas sim no timing e na relação entre o galinho e seu pai. Por quê? Acho que a relação entre o galinho e seu pai poderia ter sido melhor desenvolvida. A narrativa é fraca, e o ponto de virada (como o Elfo já explicou em uma de suas aulas de roteiro) está quase o meio do filme, o que deixa a introdução muito longa, o desenrolar curto demais e já passa para o final da história, deixando o filme com a sensação de ser muito curto. Mesmo tendo apenas uma hora e vinte, o filme parece durar bem menos. Sem dúvida esses detalhes arrancam de “O Galinho Chicken Little” a chance de ter sido um filme melhor, mas não atrapalham em nada a diversão.

:: E O PEIXE FORA D’ÁGUA É O MELHOR!

Tenho que fazer uma rápida citação aos personagens malucos que aparecem nesse filme. É um mais engraçado que o outro. Tem o Raspa do Tacho, um porco gigantesco que é fã da Barbra Streisand e adora a música “I Will Survive” (pois é, eu sei que você também pensou nisso ^_^), tem a Pata Feia (feia pacas)… mas só tenho a dizer uma coisa: fiquem de olho no Mano Porco Espinho – que nada mais é do que a versão animada do Benício aqui d’A ARCA, e no Peixe Fora D’Água, o melhor – O MELHOR! – personagem do filme. E eu dizia isso para todos, todos tiravam sarro, e agora eu quero infinitos bonecos do Peixe. Tipo, só eu notei que ele usa um escafandro cheio d’água? 😀

:: A DUBLAGEM E, PARA TERMINAR…

Bom, eu praticamente falei de tudo, deixando a dublagem para o final. Tive, desta vez, a chance de ver somente a versão dublada do animado. Como sempre, Garcia Jr. (a voz inesquecível do He-Man e do Arnold Schwarzenegger) está na direção da dublagem de um desenho Disney, e continua com uma qualidade impecável. Mauro Ramos (o Pumbaa de O Rei Leão) como Pedro Galo, Mario Monjardim (o eterno Salsicha) com uma rápida participação como o prefeito Peru Gluglu, Sylvia Salusti (a Gabrielle de Xena – A Princesa Guerreira) como a Raposa Rosa, Cláudio Galvan (o Pleakley de Lilo & Stitch), a minúscula participação de Guilherme Briggs como o Professor Ovelhão, e os demais, todos ótimas.

Mas gostaria de dar um destaque para as dublagens dos globais Daniel de Oliveira como Chicken Little e Mariana Ximenes como Hebe Marreca, também conhecida como “Pata Feia”: grande trabalho, pessoal. ^_^ As dublagens ficaram muito competentes. Mesmo! Na medida certa, sem exageros, sem carioquês ou paulistanês… Show!

E é isso. Espero que esse seja um aviso de que a Disney está realmente voltando ao que era, e não apenas um espasmo de um cadáver. Pelo menos nas bilheterias parece que a coisa está indo por esse caminho mesmo: “O Galinho Chicken Little” faturou US$ 40,1 milhões na estréia nos EUA, superando em mais de US$10 milhões as expectativas mais otimistas do mercado, ficando em primeiro lugar. Não é algo arrebatador, mas conseguiu acalmar, e bem, os ânimos dos catastrofistas. Agora fico na expectativa de American Dog, Meet The Robinsons e, principalmente, de Rapunzel Unbraided, o primeiro trabalho do mestre Glen Keane na direção e no roteiro, e o único dos três que, pelo menos até agora, terá também cenas animadas 2D.

:: CURIOSIDADES

– A atriz Holly Hunter foi considerada para o papel de Chicken Little, na época em que o personagem era uma versão feminina.

– Esse é o primeiro filme totalmente 3D da Disney. Não, não, Dinossauro não é o primeiro: a maioria dos cenários eram cenas reais, filmadas direto da natureza, onde os animadores adicionavam, depois, os personagens. E sim, eu sei que, visualmente, o filme é espetacular. Agora o roteiro…

– Deus, como eu escrevi hoje… Bem, essa crítica é dedicada ao Jedi Master, visitante assíduo d’A ARCA que tinha achado a minha crítica do Carga Explosiva 2 muito curta. RECEBA! ^_^

O Galinho Chicken Little (Título original: Chicken Little) / Ano: 2005 / Produção: Estados Unidos / Direção: Mark Dindal / Roteiro: Steve Bencich e Ron J. Friedman / Vozes (EUA): Zach Braff, Gary Marshall, Steve Zahn, Joan Cusack, Mark Dindal; Vozes (Brasil): Daniel de Oliveira, Mariana Ximenes, Mauro Ramos, Sylvia Salusti, Mario Monjardim, Guilherme Briggs, Cláudio Galvan / Duração: 81 minutos.


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