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Artigo adicionado em 17/02/2006, às 01:53

BAMBI 2: desnecessário
Prá que fazer isso, Disney? Prá que? Eu poderia perder horas e horas falando disso, de como a Disney tem passado os últimos anos correndo atrás apenas de dinheiro e deixando a qualidade do coração da empresa – as animações – em último plano. Mas isso fica para uma outra ocasião. O que importa é […]

Por
Paulo "Fanboy" Martini


Eu poderia perder horas e horas falando disso, de como a Disney tem passado os últimos anos correndo atrás apenas de dinheiro e deixando a qualidade do coração da empresa – as animações – em último plano. Mas isso fica para uma outra ocasião. O que importa é que esse Bambi 2, com certeza, faz parte desse esquema, e incluindo todos os problemas.

Há histórias que dão brecha a uma continuação, mesmo que isso não tenha sido programado durante a produção do filme. Há histórias que já são trabalhadas para ter uma continuação. E há aquelas que são perfeitas como são. Eu diria até intocáveis. O clássico Bambi é uma dessas. Lá pelos idos de 1945, “continuação” era um conceito que não existia no vocabulário de nenhum produtor, diretor ou até mesmo faxineiro de estúdio. Por isso, “Banbi” foi elaborado com um começo, meio e fim. Literalmente. Sem brechas.

Ah, mas os espertalhões da Disney têm em mãos um personagem cativante, que há anos encanta crianças e adultos, então por que não gastar só um pouquinho para faturar um montão? Eis que surge essa continuação chata, insossa e – por mais que eu goste muito do original – com o mesmo grande problema do seu antecessor: não há história.

Ah, como seria simples se o filme só fosse “ruim”, por assim dizer, né? Mas eu acredito em uma coisa: uma história batida, mas muito bem contada, é bem melhor do que uma idéia “original” mal contada. O grande trunfo de qualquer história está na narrativa. Ou como os verdadeiros jogadores de RPG sabem como ninguém: storytelling.

Claro, não dá para ir contra as forças dos chefões da casa do Mickey. Mas, já que vão fazer, será que não poderiam dar um tratamento melhor ao roteiro? Essa continuação começa com Bambi sendo levado por seu pai, o Grande Príncipe da Floresta, um cervo imponente que protege toda a manada, a um local seguro. Bambi acabara de perder sua mãe, e ainda está abalado com tudo isso, mas fica feliz de saber que seu pai agora está ali para cuidar dele. Mas a vida de um príncipe não permite passar o tempo para criar os filhos, trabalho exclusivo das fêmeas, e o grande príncipe começa a procurar uma nova mãe para Bambi.

Uma hora e quinze minutos de filme são necessários para mostrar Bambi brincando com seus amigos Tambor e Flor, conversando com um castor que não o deixa atravessar o rio, além de conhecer dois novos filhotes, Faline e Ronno, também conhecidos como “interesse romântico” e “valentão metido a besta”. E… é isso. História? Esquece. Mas e as dificuldades, as provações que o herói têm que passar? Você nem sente a presença do “homem”, que deveria ser o grande vilão da história, replicando exatamente o que aconteceu no primeiro filme, mas dessa vez com um membro da família que não morre.

A única coisa que vale a pena comentar, em se tratando de um filme da Disney, é a qualidade da animação, sobre a coordenação do espetacular animador Andreas Deja. Muito boa até mesmo para os padrões de uma “continuação” (nos EUA o animado nem passou pelos cinemas – foi direto para vídeo). Ainda assim, nem tudo é perfeito, e eu diria até comedido demais: nada de grandes planos ou movimentações de câmera mirabolantes. E não vou negar, não: um olhar mais atento achará diversas animaçõezinhas repetidas, feitas na correria.

E é isso. Eu poderia passar ainda mais tempo me aprofundando no assunto, comentando até sobre a mudança de personalidade do Grande Príncipe em relação ao primeiro, mas não merece. E que venha a John Lasseter para colocar ordem na casa do Tio Walt.


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