A ARCA - A arte em ser do contra!
 
Menu du jour! Tutu Figurinhas: o nerd mais bonito e inteligente dessas paragens destila seu veneno! GIBI: Histórias em Quadrinhos, Graphics Novels... é, aquelas revistinhas da Mônica, isso mesmo! PIPOCA: Cinema na veia! De Hollywood a Festival de Berlim, com uma parada em Nova Jérsei! RPG: os jogos de interpretação que, na boa, não matam ninguém! ACETATO: Desenhos animados, computação gráfica... É Disney, Miyazaki e muito mais! SOFÁ: É da telinha que eu estou falando! Séries de TV, documentários... e Roberto Marinho não está morto, viu? CARTUCHO: Videogames e jogos de computador e fliperamas e mini-games e... TRECOS: Brinquedos colecionáveis e toda tranqueira relacionada! Tem até chiclete aqui! RADIOLA: música para estapear os tímpanos! Mais informações sobre aqueles que fazem A Arca Dê aquela força para nós d´A Arca ajudando a divulgar o site!
Artigo adicionado em 07/06/2006, às 10:48

SUPERMAN RETURNS: O SUPER-HOMEM QUE VEIO DA ÍNDIA
Cuma? Mas hein? Acompanhe a sinopse oficial, fazendo o favor: “Um jovem bebê de um planeta condenado é enviado para a Terra, onde é adotado por um casal de idosos na Índia, que o batizam como Shekhar. Depois de crescer e aprender sobre sua origem e seus poderes, ele resolve ir para a cidade grande […]

Por
Tutu Figurinhas


Acompanhe a sinopse oficial, fazendo o favor:

“Um jovem bebê de um planeta condenado é enviado para a Terra, onde é adotado por um casal de idosos na Índia, que o batizam como Shekhar. Depois de crescer e aprender sobre sua origem e seus poderes, ele resolve ir para a cidade grande em busca de seu amor dos tempos de escola, Gita, que se tornou repórter de um grande jornal. Ao mesmo tempo, Verma, rival de Shekhar pelo amor de Gita desde a infância, se tornou um chefão do crime e poderoso super-vilão. Ele inclusive criou um plano para se tornar ainda mais rico, devastando parte da Índia com desastres naturais, e depois comprando toda a terra abandonada. Poderá Shekhar deter o plano terrível de Verma? Será que ele vai ganhar o coração de Gita? Conseguirá ele manter sua dupla identidade em segredo?”

A história acima lhe parece familiar? E se nós acrescentarmos as palavras “Krypton” e “Super-Homem”, o que você acha? Melhor assim? Pois é. Em 1987, quase dez anos depois do “Superman” original de Richard Donner, o roteirista estreante Sunil Priyadarshi e o diretor estreante B. Gupta se reuniram para fazer surgir um dos maiores clássicos de Bollywood, a meca do cinema blockbuster indiano: Superman. Sim, isso mesmo. Uma versão totalmente nova da história do Homem de Aço – e claro, sem qualquer permissão prévia da DC Comics.

Quer dizer…versão “totalmente nova” é modo de falar. Afinal, este “Superman” made in India rouba, na maior cara de pau, diversos elementos do filme de Donner: pedaços da história (Luthor e Verma tiveram a mesma idéia, veja só), trechos de efeitos especiais e até a música incidental do mestre John Williams. Tudo em prol de uma versão que se tornou uma verdadeira paródia, de tão absolutamente ridícula que é.

Este que vos escreve conseguiu ter acesso a uma cópia piratíssima do filme, e devo dizer: é tenebroso. Em todos os sentidos. A direção é ruim, os atores são ruins (Puneet Issar e Shakti Kapoor, respectivamente herói e vilão da película, ultrapassam todos os limites da ruindade), a fotografia é ruim, os figurinos são ruins, os cenários são ruins…e eu mesmo passei a me odiar por assistido a esta..esta…coisa. Para que você entenda mais diretamente: o Emílio Elfo está proibido de assistir a esta produção ou vai cometer suicídio imediatamente.

Este “Superman” não consegue nem ser engraçado em seu universo de tosquice. Não se parece com o “Batimá Feira da Fruta”, por exemplo. Tenta se levar a sério demais e o resultado é simplesmente catastrófico. Não serve como aventura, não serve como comédia, não serve nem como peso de papel.

Vamos a alguns dos “melhores” momentos desta verdadeira obra-prima do mau gosto:

– Quando criança, Shekhar protagoniza uma cena patética de dança ao som de Beat It, clássico de ninguém menos que Michael “Eu Me Remexo Muito” Jackson;

– Já na escola, quando Shekhar é deixado para trás em uma viagem, ele usa sua super-velocidade e consegue alcançar Verma e Gita no destino final. Vendo Shekhar chegando, Verma faz o genial comentário: “Existe algo negro nas minhas lentilhas” – sim, talvez uma comparação bizarra com “Há algo de podre no reino da Dinamarca”, fala clássica de “Hamlet”;

– Toda vez que o Super-Homem sai voando, um estranho efeito de lentes de contato tipo olho de peixe surge para assustar ainda mais o pobre espectador;

– Durante o seqüestro de um avião, surge uma vilã que se identifica como…Ms. Muscle Woman from Zambia;

– Shekhar vai ao banheiro. Ladrões começam a atacar Gita no aeroporto, e rapidamente o Super-Homem aparece para chutar seus traseiros. Quando volta à sua identidade civil, a moça pergunta porque ele demorou tanto. E pelos gestos do sujeito, é possível dizer que ele está explicando que estava fazendo o “número 2” (neste momento, eu quase me enforquei com a cortina da sala);

– Quando pensa que o Super-Homem paragua…quer dizer, indiano morreu, Verma segue as regras do “manual do vilão” e comemora. Mas comemora em grande estilo, com um grupo de garotas dançarinas que voltam a aparecer em diversos outros momentos da história, aparentemente sem sentido algum;

– Em mais um momento memorável, Verma diz: “Eu quero ser o homem mais rico do mundo. E você precisa de dinheiro para isso”. Olha só, hein? Que constatação genial! :-);

– E apenas para complementar o sofrimento, em determinada cena o nosso Super importado resolve salvar as crianças de um orfanato, dando-lhes a comida guardada a sete chaves pelos cruéis donos da instituição. E para isso, ele usa a sua telecinese (???????) para fazer a comida sair voando pelo ar em direção aos pobres e indefesos órfãos. Teria sido o último filho de Krypton dominado pela Fênix Negra?

O seu coração já está cheio de dor e sofrimento? Você já está sentindo vontade de matar alguém? Ainda não? Então CLIQUE AQUI para conferir uma cena do filme, que consegue ter uma produção pior que a do Chaves, que era produzido uma década antes. E sofra ainda mais. Eu ainda tenho pesadelos com isso. E vocês ainda reclamam do Quarteto Fantástico do Roger Corman


Quem Somos | Ajude a Divulgar A ARCA!
A ARCA © 2001 - 2007 | 2014 - 2024