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Artigo adicionado em 23/08/2006, às 05:02

Review: DC ESPECIAL N.º 06 e 07 – LANTERNA VERDE E ARQUEIRO VERDE
Um clássico que faltava na coleção de qualquer colecionador! Olá, querido leitor. Seja bem-vindo a uma viagem direto aos anos 70. O argumentista Dennis O’Neil e o desenhista Neal Adams acabaram de assumir a equipe criativa do gibi Green Lantern, publicado pela DC Comics. Apesar das inegáveis qualidades da dupla, sua passagem pelas aventuras do […]

Por
Thiago "El Cid" Cardim


Olá, querido leitor. Seja bem-vindo a uma viagem direto aos anos 70. O argumentista Dennis O’Neil e o desenhista Neal Adams acabaram de assumir a equipe criativa do gibi Green Lantern, publicado pela DC Comics. Apesar das inegáveis qualidades da dupla, sua passagem pelas aventuras do Lanterna tinha tudo para ser apenas mais uma entre muitas publicadas mensalmente nos gibis de super-heróis. Mas, diabos, eram os anos 70. O movimento hippie estava nas ruas dos Estados Unidos pedindo paz e protestando contra a Guerra do Vietnã. No rádio, tocava The Doors, Janis Joplin e John Lennon e seu “Imagine”. O’Neil e Adams tinha uma arma nas mãos para falar tudo que queriam. E eles queriam mais.

Em uma elogiada e premiada jornada de amadurecimento do gênero, o duo genial tinha nas mãos Hal Jordan, protagonista do título, o politicamente correto Lanterna Verde da Terra, policial da galáxia, cabelinho de lado e cheio de boas intenções e uma visão “quadrada” do mundo. Então, eles foram buscar no fundo do baú o esquecido Oliver Queen, um ex-milionário excêntrico que costuma combater o crime por aí vestido de Robin Hood: o Arqueiro Verde. Magistralmente reformulado em termos de visual e mesmo de personalidade (que perdura até hoje, por sinal), Queen se tornou um sujeito mal-humorado, desbocado, contestador, que costuma resolver as coisas com os punhos e tem um quêzinho de socialista em seus discursos – que são absolutamente o oposto de Jordan, aliás. Com dois heróis tão diametralmente opostos em mãos, O’Neil e Adams colocaram o Lanterna e o Arqueiro lado a lado no banco de uma caminhonete surrada, em uma viagem pelos Estados Unidos, revelando as mazelas e feridas abertas de um país re-descobrindo a si mesmo. Uma das maiores bolas dentro da Panini Comics entre todos os lançamentos de 2006.

Em suas histórias à frente do título, os criadores fizeram os guerreiros esmeralda se depararem com problemas como pobreza, racismo (no surgimento do Lanterna John Stewart), fome, poluição, manipulação religiosa e drogas – com a já emblemática história na qual o Arqueiro descobre que seu pupilo, Ricardito (que atualmente atende pela alcunha de Arsenal), é viciado em heroína. Todos temas praticamente inéditos até então na luta dos mascarados multicoloridos da Marvel, DC e afins contra os vilões. Uma cutucada na ferida que incomodou alguns, é verdade – mas acabou agradando a maior parte dos fãs. Estava na hora de deixar parte da inocência da era Stan Lee-Jack Kirby para trás.

“Lanterna Verde e Arqueiro Verde”, apesar de ser um material pra lá de clássico e absolutamente indispensável para qualquer fã de quadrinhos, pode parecer um tanto “datado”, especialmente para os mais jovens. Menos pela arte de Adams, intensa, orgânica e muito verdadeira (reparem na musculatura, nas expressões faciais e olhares que o sujeito desenha, simplesmente impressionante), e mais pela narrativa de O’Neil – que funciona de forma diferente ao que os leitores atuais podem estar acostumados nas histórias de um Bendis, Johns ou Millar da vida. As tramas são fechadas, com início, meio e fim, e justamente pela quantidade limitada de páginas da época, pode parecer que a história “correu” demais para alcançar uma rápida conclusão e que os diálogos se desenrolam forçados demais. Mas a ocasião é muito especial e pede que você releve esta diferença – são histórias contadas há mais de 20 anos atrás, escritas para um público diferente, que vivia em um mundo diferente. No entanto, basta dar uma lidinha nas manchetes dos principais jornais e revistas para perceber que boa parte dos temas continuam espantosamente atuais – inclusive para a realidade brasileira. Merece o investimento com absoluta certeza.

Destaque para a divertida tradução da Panini, que adaptou as gírias setentistas do original norte-americano para similares tupiniquins como “bicho”, “é uma brasa, mora?”, “que viagem”, “tá ligado”, “firmeza” e afins. Roberto Carlos e a turma da Jovem Guarda ficariam orgulhosos.

Nota de colecionador pentelho: apesar do tratamento de ambas as edições ser impecável (com galeria de capas originais e depoimentos dos criadores e editores), só queria compreender por que diabos a Panini fez as lombadas dos volumes diferentes. Eu sou colecionador, vou aproveitar as lombadas quadradas para colocar as duas lado a lado na minha estante…e elas têm layouts diferentes, sendo que uma é continuação da outra? Vai entender.

DC Especial nº06 e 07 (Green Lantern/Green Arrow 76 a 87, 89 e Flash 217 a 219 e 226) / Ano: 2006 / Editora: Panini Comics / Roteiro: Dennis O’Neil / Desenhos: Neal Adams / Formato americano (17×26 cm) / Papel LWC / Capa couché


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