::: Trailer: Confira no YouTube
Antes de qualquer coisa, assista ao trailer de Efeito Borboleta 2 (The Butterfly Effect 2) clicando no link acima. Já viu? Então…o que passa imediatamente pela sua cabeça? Vamos ver se eu consigo adivinhar, já que tenho certeza que o mesmo passou pela minha: “Putz, tinha qualquer necessidade desta continuação? Ô, mas que cara de filmezinho B”. Foi isso, não foi? Pois bem. E se eu te contar, então, que a película será lançada direto para o mercado de DVD nos EUA? Tenho certeza de que agora os seus dois pés estão bem atrás e você está prestes a sair correndo gritando por “socorro”. Tudo isso estava rodopiando ao mesmo tempo pelos meus neurônios quando presenciei a primeira exibição da produção…e, êpa, vejam só, sabe que a coisa toda não é tão ruim assim? “Efeito Borboleta 2” é bem melhor do que eu esperava!
Quer dizer, não me entenda mal. Não quero dizer que seja MUITO melhor do que eu suspeitava – e não, definitivamente o filme não é tão bom quanto o primeiro (de 2004), este sim uma grata surpresa em se tratando de qualquer coisa estrelada pelo Ashton Kutcher. Digamos que, em “Efeito Borboleta 2”, é necessário destacar a atuação minimamente convincente do casal principal (Eric Lively, da série “The L Word”, e Erica Durance, a Lois Lane de “Smallville”, que não são fantásticos mas também não atrapalham) e algumas viradas definitivamente inesperadas na trama – especialmente na meia-hora final, fazendo com que a história siga por uma direção completamente anti-clichê, em especial se pensarmos que se trata, essencialmente, de um lançamento pensado diretamente para vídeo.
Conforme o título entrega, a história volta ao conceito básico da teoria do caos: “algo tão pequeno quanto o bater de asas de uma borboleta pode causar um tufão em outra parte do mundo”. Traduzindo para os leigos e trazendo direto para o conceito cinematográfico, significa que qualquer mínima alteração no passado poderia causar uma grave modificação nos rumos do futuro. Quem vai aprender isso na marra é Nick Larson (Lively), que vive um de seus melhores momentos na vida. A empresa de tecnologia na qual trabalha está indo de vento em popa e seu namoro com a fotógrafa Julie (Durance) parece perfeito. Mas tudo muda repentinamente quando ele recebe um telefonema de seu supervisor exigindo sua presença…justamente no dia do aniversário de Julie, quando eles e o casal de melhores amigos faziam uma viagem intimista às montanhas. A partir de então, uma cadeia de eventos vai resultar na morte de três pessoas em um trágico acidente de carro – incluindo sua jovem namorada.
Um ano depois, Nick ainda tenta reunir os pedaços de sua vida destruída. Relegado a um cargo de segundo escalão, ele agora é subalterno de seu principal concorrente, o insuportável Dave Bristol (David Lewis, de “Firewall”). E ainda sente terríveis dores de cabeça e sofre surtos epilépticos devido ao acidente. Justamente durante uma de suas crises, Nick firma sua mente em uma das fotos do fatídico dia da morte de Julie. Apesar do sofrimento e da intensa dor física, o rapaz incrivelmente consegue manter a consciência e parece estar viajando no tempo, com a oportunidade de mudar o passado e reconstruir sua existência de uma vez por todas. Ele vai tentar recuperar seu emprego e o amor de sua vida. Mas a missão é mais difícil do que aparenta, especialmente com a propensão humana para a ambição e para tomar as decisões mais imbecis possíveis. E já dá para imaginar que o caldo vai entornar.
No frigir dos ovos, “Efeito Borboleta 2” não é fantástico e nem se propõe a ser um “clássico cult” como o primeiro. É um filme, digamos, OK. E é só. Sem maiores pretensões. “Bacaninha”, talvez? Parece ser um daqueles bons episódios de Além da Imaginação ou Amazing Stories – e, como o canal norte-americano Sci-Fi comprou os direitos para transformar a franquia em série de TV, dá até para encarar este filme como uma espécie de piloto para o vindouro programa. O final, por sinal, já dá pistas suficientes.
Os marmanjos vão ficar de queixo caído com a performance de Durance, mais linda do que nunca – e que protagoniza uma cena quentíssima no sofá de casa para deixar a lembrança de seu strip-tease em “Smallville” definitivamente no passado.
Para pagar meia-entrada e assistir num sábado à tarde se entupindo de pipoca. E já ta bom, vá. Não reclama. Circulando, circulando…
::: CURIOSIDADES :::
– O primeiro “Efeito Borboleta” arrecadou mais de US$ 58 milhões nos Estados Unidos;
– O ator Eric Lively conta que se identificou com o personagem de Nick porque sofria de uma coisa chamada paralisia do sono e alucinações hipnagógicas. Ele mesmo explica: “Acontecia durante a fase do REM – “rapid eye movement” ou “movimento rápido dos olhos” – depois que seu corpo e sua mente relaxam completamente. Eu entrava nesta fase de três a cinco minutos depois que eu deitava. E então eu permanecia acordado, mas começava a dormir. Imaginava meu corpo saindo da cama e via o quarto onde eu estava, e coisas estranhas aconteciam. E então eu percebia que estava dormindo. Então eu dizia para mim mesmo ‘Acorde, acorde’. Era assustador. Então, foi fácil me identificar com o Nick”;
– A produção do filme foi aceleradíssima – acontecendo em inacreditáveis 23 dias, um cronograma de filmagens tão apertado que lembra muito mais o trabalho de televisão do que o de cinema. No entanto, todos os atores já eram veteranos dos seriados e entraram rapidinho no ritmo;
– Conhecido dos nerds por seu trabalho em Mortal Kombat: Annihilation, o diretor John R. Leonetti ficou famoso por sua atuação como diretor de fotografia em filmes diversos como O Máskara, Escorpião Rei, Brinquedo Assassino 3 e Top Gang 2 – além de dois filmes para TV dirigidos por aquele que Leonetti chama de “seu mestre”, John Frankenheimer: Attica – A Solução Final e Amazônia em Chamas.
Efeito Borboleta 2 (Título original: The Butterfly Effect 2) / Ano: 2006 / Produção: Estados Unidos / Direção: John R. Leonetti / Roteiro: Michael D. Weiss / Elenco: Eric Lively, Erica Durance, JR Bourne, Gina Holden, Caeli MacAulay, Lindsay Maxwell, Dustin Milligan, Malcolm Stewart / Duração: 93 minutos.
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