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Artigo adicionado em 13/10/2006, às 12:47

::: OK ::: CONFIDÊNCIAS DE UM NOVATO EM ‘LOST’ (sem imagens)
Mas sem spoilers, por favor! 🙂 Demorou. Demorou muito, aliás, até que eu pudesse fazer parte deste fenômeno conhecido como Lost. As pessoas já falavam horrores da série, elevando-a a níveis de clássico absoluto e discutindo mil e uma teorias sobre os roteiros, antes mesmo que eu pudesse ver o episódio piloto, o primeiro episódio […]

Por
Thiago "El Cid" Cardim


Demorou. Demorou muito, aliás, até que eu pudesse fazer parte deste fenômeno conhecido como Lost. As pessoas já falavam horrores da série, elevando-a a níveis de clássico absoluto e discutindo mil e uma teorias sobre os roteiros, antes mesmo que eu pudesse ver o episódio piloto, o primeiro episódio e pedaços de alguns subseqüentes durante a exibição na Rede Globo – em um horário absolutamente obsceno para alguém que depende de um salário mensal, tem um chefe e, portanto, acorda cedo para trabalhar no dia seguinte durante a semana. Enfim.

Juro que eu me sentia tão perdido quanto os sobreviventes do vôo 815 quando me deparava com a empolgação dos amigos ao comentar determinados detalhes, ou mesmo com as páginas e mais páginas de fóruns de discussão tentando entender o que tinha dentro da “portinhola” ou quem eram “Os Outros”. Como editor-chefe de um site de entretenimento, me sentia ainda mais por fora da coisa toda, afastado da “crista da onda”, sem acesso à “moda” que virou quebra-pau obrigatório. Ia a um bar com os amigos e…bingo! Lá estavam eles, mesmo aqueles que mal se conheciam, animadamente de mãos dadas gritando e discorrendo detalhes sobre “Lost”. E eu tinha que sair correndo para o banheiro, com as mãos nos ouvidos, na esperança de evitar ouvir detalhes primordiais da série. E era a mesma coisa no trabalho, na casa de familiares, na padaria…Sai a novela e entra a saga de Jack, Kate, Sawyer e cia.

Explico o meu problema: sou da imensa legião dos “sem TV a cabo” e “sem computador em casa”, o que me impedia de acompanhar a série pela telinha ou mesmo baixar os capítulos para me manter informado. Não sou do tipo que compra DVDs piratas, então…só restava esperar pela boa vontade da TV aberta. O dia chegou, afinal de contas. Mas esperar o final do “Jornal da Globo” tornou-se tarefa árdua demais para mim, por mais que o pouco que eu tenha conseguido experimentar do começo da primeira temporada tenha me intrigado. O sono não permitia que meus olhos ficassem abertos. E não demorou para que eu desencanasse de vez. Fazer o quê?

Logo depois, comecei a ficar deveras irritado com o que chamo de “Síndrome do Fã Alucinado de Lost”, que parece acometer boa parte dos aficionados pelo programa. A “doença” consiste no seguinte: toda vez que dois ou mais fãs de “Lost” se encontram e descobrem suas respectivas taras, começam a falar sem parar, a levantar toda e qualquer hipótese sobre os mistérios da trama e, é claro, disparam spoilers e mais spoilers sem noção para todos os lados, sem se preocuparem com quem diabos a sua metralhadora vai atingir. Comecei a ficar, para ser bem sincero, de saco BEM cheio de “Lost”, sem nem sequer ter assistido direito à série. “Catso, não agüento mais esta gente falando de ‘Lost’ e contando sem controle todos os segredos do negócio. Arghhhhhhhhh!”. Já não queria nem mais ouvir daquilo, não queria saber quem diabos era o Sayid ou o que o hobbit de “O Senhor dos Anéis” estava fazendo no meio de tudo aquilo. Peguei uma certa aversão ao conjunto da obra.

Aí, certo dia, acabei sendo surpreendido por um amigo que tinha a primeira temporada completa. Para matar a minha curiosidade de vez, levei o box para casa, já com o pensamento pré-concebido de “Quer ver que, só porque todo mundo ama esta série, eu vou assistir tudo e vou acabar não achando lá estas coisas?”. Ledo engano. J.J.Abrams me deu um soco no nariz. E eu ADOREI. Vi todos os episódios numa paulada só – e na seqüência, já peguei emprestada também a segunda temporada, que devorei avidamente sem piedade. Diabos. ELES estavam todos certos.

Para você que, como eu há alguns meses, ainda não se aventurou pelo mundo do “Lost”, segue o conselho de alguém que também tinha suas ressalvas: prepare-se para um roteiro intrigante e muito bem amarrado, com altas doses de suspense, aventura e pitadas de bom humor (e um quêzinho de humor negro) na medida certa. Prepare-se para histórias que vão e vêm sem a necessidade imbecil de uma estrutura “começo, meio e fim” como na maior parte das séries ianques, se entrecortando e entrelaçando, mostrando diferentes pontos de vista e narrativa. Prepare-se para um monte de diálogos inteligentes e divertidos. Prepare-se para personagens verdadeiros, muitíssimo bem desenvolvidos e factíveis, sem estereótipos babacas pré-estabelecidos. Prepare-se para “amar” odiar o Sawyer. Prepare-se para achar o Locke o mestre e começar a repetir suas frases de efeitos (“Ninguém me diz o que eu não posso fazer!”). Prepare-se para ter um misto de medo e admiração pelo Mr.Eko. Prepare-se para querer afogar o Michael e o seu filho Walt no mar. Prepare-se para sentir “vergonha terceirizada” pelo comportamento mané do Charlie. Prepare-se para torcer pelo Sayid. Prepare-se para tentar aprender coreano com o Jin e com a Sun. Prepare-se para uma identificação nerd imediata com o Hurley. Prepare-se para lembrar imediatamente dos paladinos de “Dungeons & Dragons” ao ver o Dr.Jack Sheppard em ação. Prepare-se para ver como todos estes personagens funcionam muito bem juntos. E principalmente…prepare-se para começar a desenvolver também as SUAS próprias teorias. Porque isso é inevitável. E que venha a terceira temporada.

Agora, não me sinto mais um outsider. Já sou cool, sou in, sou descolado, já entendo tudo do mundo de “Lost”. Hã? O quê? Quer dizer que eu também preciso ver 24 Horas? Oh, droga. De volta ao laboratório, minhas criaturinhas.


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