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Artigo adicionado em 11/08/2006, às 03:24

MIAMI VICE: A SÉRIE ORIGINAL
Prepare as suas ombreiras, ajeite os seus mullets e suba no seu jet ski! ::: ADQUIRA JÁ no Submarino a primeira temporada da série “Miami Vice” Em uma cidade notadamente oitentista, as luzes dos néons escondem as verdadeiras sombras das ruas: o crime organizado, o tráfico de drogas e armas, a prostituição. Bem vindo a […]

Por
Thiago "El Cid" Cardim


::: ADQUIRA JÁ no Submarino a primeira temporada da série “Miami Vice”

Em uma cidade notadamente oitentista, as luzes dos néons escondem as verdadeiras sombras das ruas: o crime organizado, o tráfico de drogas e armas, a prostituição. Bem vindo a Miami e a seus vícios, onde é difícil saber quem são os mocinhos e quem são os bandidos. No meio dos criminosos, circula indistinta uma dupla de negociantes que festeja o luxo dos ternos Hugo Boss e dos relógios Rolex. Eles são Burnett e Cooper. Mas eles não são exatamente o que aparentam. Na verdade, Burnett e Cooper são as identidades falsas dos detetives James “Sonny” Crockett (Don Johnson) e Ricardo “Rico” Tubbs (Philip Michael Thomas). O escritório Gold Cost Shipping Co. funciona como a fachada ideal para o seu escritório de polícia. E para todos os efeitos, os dois nem existem. Mas eles estão à espreita, onde a bandidagem menos espera, limpando as ruas de Miami.

Esta é a premissa básica de Miami Vice, a bem-sucedida série de TV da NBC criada por Anthony Yerkovich e pelo produtor-executivo Michael Mann, que teve cinco boas temporadas (de 1984 a 89) e espalhou pelo mundo as suas deliciosas perseguições de lanchas e jet skis, fazendo sucesso inclusive no Brasil.

Veterano da Guerra do Vietnã, Crockett é um policial que trabalha “disfarçado” e infiltrado no mundo do crime já há alguns anos. Infelizmente, sua carreira incomum (para dizer o mínimo) e repleta de desafios coloca em risco justamente a coisa mais importante de sua vida: seu casamento. E não demora para que ele seja abandonado pela esposa Caroline, que leva seu filho Billy consigo. Tanto é que o sujeito acaba indo morar no barco à vela St. Vitus’ Dance ao lado de seu bichinho de estimação, o ex-mascote da Universidade da Flórida Elvis…um jacaré (e não crocodilo, veja bem).

No meio de uma investigação a um traficante colombiano de nome Calderone (um vilão recorrente, aliás), Crockett cruza o caminho de Tubbs – um policial durão das ruas de Nova York que faria de tudo para buscar sua vingança pessoal pela morte do irmão. Apesar do estranhamento inicial (mas é claro…), logo os dois começam a se dar bem e se tornam amigos, resolvendo este caso juntos. Com receio de retornar à Grande Maçã depois dos recentes acontecimentos, Tubbs resolve então fixar residência em Miami, entrando de cabeça no esquadrão do qual Crockett faz parte – ao lado de uma peculiar equipe de coadjuvantes.

Além de Stan Switek (Michael Talbott), Larry Zito (John Diehl) e das belas Gina Calabrese (Saundra Santiago) e Trudy Joplin (Olivia Brown) – freqüentemente disfarçadas como prostitutas – o principal nome do elenco de apoio em “Miami Vice” é mesmo o tenente Martin Castillo (Edward James Olmos), que entra a partir do sexto episódio para substituir o falecido Lou Rodriguez (Gregory Sierra). Misterioso, contemplativo, sereno e disciplinado, o ex-agente da CIA é um profissional de primeiríssima linha, sempre surpreendendo o restante da equipe com suas habilidades físicas e intelectuais.

::: PEGANDO PESADO :::

Apesar de parecer um tanto “brega” nos dias de hoje por conta da estética e dos figurinos datados, “Miami Vice” já mostrava traços da mão firme que Mann manifestaria anos mais tarde como diretor. Os diálogos podem não ser os mais eloqüentes e realistas, isso é verdade. Mas a série nunca teve medo de abordar os temas mais espinhosos – cutucando freqüentemente a política norte-americana por meio das aparições de órgãos como a CIA e o FBI, que geralmente batiam de frente com os métodos, como dizer, nada tradicionais do time de Crockett e Tubbs, sempre trabalhando de forma a manter os seus disfarces.

Além da coragem das tramas, a excelente direção musical do programa também era vista com bons olhos pelos críticos – e até hoje é lembrada com carinho pelos fãs. Canções de artistas variados como Phil Collins, Kate Bush, Peter Gabriel, Hoagy Carmichael, U2 e Bob Marley estiverem presentes nos episódios – mas nada superava o delicioso rock instrumental de Jan Hammer, ex-tecladista da Mahavishnu Orchestra. Tanto é que, em 1985, o tema de “Miami Vice” liderou as paradas da Billboard por 11 semanas consecutivas, tornando-se a trilha sonora mais bem-sucedida de todos os tempos e superando o ganhador anterior, o mestre Henry Mancini, com seu tema clássico de Peter Gunn (1959). Por sinal, o próprio Mancini mostrou-se um cavalheiro e ligou pessoalmente para congratular Hammer – que, mais tarde, ainda faturaria dois prêmios Grammy pela canção.

::: PARTICIPAÇÕES ESPECIAIS :::

A lista de convidados famosos da série é absolutamente estelar, misturando astros do mundo da música e do cinema, alguns até desconhecidos na época: Ving Rhames, Nathan Lane, Liam Neeson, Chris Rock, Bruce Willis, Miles Davis, Willie Nelson, James Brown, Lee Iacocca, Bianca Jagger, Little Richard, Roberto Duran, Frank Zappa, Don King, Danny Sullivan, Pam Grier, Julia Roberts, Benicio Del Toro, Ving Rhames, Wesley Snipes, Larry Fishburne, Annette Bening, Laura San Giacomo, Liam Neeson e John Leguizamo, só para citar alguns.

Os papéis eram os mais variados: traficantes, chefes do crime, prostitutas, tiras corruptos, vítimas assassinadas. Tanto faz. O fato é que todos os convidados, sem exceção, tinha um cachê fixo de US$ 2.500. E apenas e tão somente isso. Pode parecer uma fortuna para nós, pobres mortais. Mas vamos pensar que o custo de cada episódio de “Miami Vice” ultrapassava as gloriosas cifras de US$ 1,5 milhão – tornando o valor acima praticamente irrisório, não? 🙂

::: CURIOSIDADES :::

– A NBC originalmente queria criar um seriado solo dos personagens Renko (um policial branco criado no Sul dos EUA) e Hill (um policial negro criado no Leste) da bem-sucedida série Hill Street Blues (1981). No entanto, mudaram de idéia ao descobrir que a dupla era o elemento mais popular do programa. Assim sendo, suas características foram diretamente migradas para Sonny Crockett e Ricardo Tubbs;

– Por falar em “Hill Street Blues”, Anthony Yerkovich abandonou a série justamente para escrever o piloto de “Miami Vice”. Enquanto trabalhava em “Blues”, ele escreveu um personagem de mais de 130kg, ciclista e racista, cujo nome era Sonny Crockett – o mesmo daquele que protagonizaria sua série anos mais tarde;

– Os executivos da NBC eram inicialmente contra a escalação de Don Johnson para o elenco – porque o sujeito já tinha sido estrela de QUATRO pilotos de séries que não tinham saído do papel. Tanto é que até Larry Wilcox (o Jon Baker de “ChiPs”) chegou a ser finalista para viver Crockett. Quando ainda estava fazendo audições, Don Johnson chegou para uma leitura de roteiro com os produtores com o cabelo todo bagunçado e sem fazer a barba. Tinha passado a noite em patrulha com a verdadeira unidade Miami Vice que inspirou a série. Os produtores se convenceram que seria assim mesmo que um policial pareceria depois de uma noite de trabalho, e ele foi contratado imediatamente;

– Aliás, toda a equipe técnica do programa teve que servir ao lado desta unidade verdadeira, enquanto os membros do elenco tiveram primeiro que passar no teste de armas de fogo do departamento de polícia da Flórida antes de portar armas no set de filmagens;

– Michael Mann queria Edward James Olmos no elenco desde o começo na série, mas teve que negociar durante meses com o ator até ceder e dar-lhe diversas liberdades criativas e uma participação maior do que o esperado no programa. Olmos fez até algumas modificações no personagem, sugerindo que sua mesa jamais deveria ter qualquer tipo de papelada e que os policiais sempre deveriam bater antes de entrar na sua sala, mostrando aí uma postura altamente disciplinada;

– Talvez por conta destas liberdades concedidas pessoalmente por Mann, durante a primeira temporada Olmos e Don Johnson discutiam o tempo todo durante as filmagens – e o motivo alegado eram as diferenças em seus métodos de atuação. Diz a lenda até que Olmos transformou a raiva que sentia de Johnson no sentimento de Castillo por Crockett – e em alguns episódios, é possível perceber que ambos mal se olham;

– A Ferrari Daytona de Crockett era, na verdade, um Corvette modificado. Os executivos da Ferrari ficaram tão enfurecidos com a popularidade do carro (e da série, é claro) que ofereceram seu novo carro do ano, a Testarossa, para ser dirigido pelos detetives. Nas cenas onde poderia ser potencialmente destroçada, a bela Testarossa branca de Crockett era substituída por um “dublê”, uma versão modificada do DeTomaso Pantera. Atualmente, o carro de “Miami Vice” está em exposição no Swap Shop Flea Market na cidade de Sunrise, na Flórida;

::: POR ONDE ANDAM CROCKETT E TUBBS? :::

– A carreira de Don Johnson depois do fim de “Miami Vice” não foi das melhores. O ator retornou aos cinemas, onde se alternou entre filmecos como Hot Spot – Um Local Muito Quente (1990) e O Renascer de uma Mulher (1993) e produções razoáveis como cult Harley Davidson e Marlboro Man (1991) e o interessante Tão Culpado Quanto o Pecado (1993), de Sidney Lumet. Em 2001, estrelaria a série de vida curta Nash Bridges como o inspetor cool que batizava o programa. Atualmente, está rodando Moondance Alexander, filme de orçamento modesto e típico para a família sobre uma menina e seu cavalo. Afe.

Philip Michael Thomas foi ainda pior, já que os seus papéis eram ainda menores e na TV – que na época pagava muito mal em comparação aos astronômicos cifrões hollywoodianos (ah, se eles adivinhassem que “24 Horas” existiria…). Chegou até a ser parceiro de Bud Spencer em mais de 6 filmes da tele-série policial Extralarge. Como era de se esperar, participou de alguns episódios de “Nash Bridges” reeditando a parceria com Johnson e levando os fãs à loucura. Recentemente, fez a voz do personagem Lance Vance no videogame Grand Theft Auto: Vice City – por sinal, 100% inspirado no visual e no conceito de “Miami Vice”.


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